terça-feira, 12 de junho de 2012


Resumo a vida das pessoas no geral a uma escada e um poço , ambos infinitos.
infinitos sim, você pode subir o quanto o seu fôlego aguentar, mas cuidado, a escada da vida parece àqueles postes de São João cheios de sebo, se você não fizer sempre força pra continuar subindo, não pense que você ficará confortável, porque na vida quem não faz esforço para subir acaba caindo mais, e não pense que já está no topo da sua vida, que não tem mais nada pra melhorar ou que é perfeito, por é exatamente esse tipo de pensamento que faz você parar de fazer força para subir e escorregar.


Também é uma escada velha e acabada, alguns degraus simplesmente não são pra ser pisados porque vão te fazer tropeçar, mas a gente acaba pisando em um monte, e não tem problema (mas dói, e muito), você  só precisa de reflexos rápidos para se agarrar de volta sem ter que subir muita coisa de novo (ah, e é sempre muito bom memorizar os degraus ruins).


Uma pisada em falso pra lá, uma escorregada pra cá, e uma hora você leva um tombo feio, daquele que quebra todas as suas costelas, nem preciso dizer que com as costelas fraturadas você não tem a menor condição de subir porcaria nenhuma, essas quedas feias  precisam de um bom tempo até todas as fraturas finalmente se curarem.


Sabe aquele garotinho que quase se afoga na piscina da escola quando criança e vira um adulto que não consegue nem chegar perto do mar? Quando sentimos muita dor ou entramos em perigo tendemos a nos afastar do que nos colocou nele para começo de conversa, auto preservação falando mais alto e coisa e tal. Se foi tentar subir que fez com que eu quase morresse, porque diabos eu vou subir de novo nessa escada?


Antes de continuar, vou explicar porque você deve continuar subindo.
Lembra que eu falei do cara com fobia de nadar? Vamos mudar para uma pessoa que tenha medo de... MONTANHA RUSSA, a maioria hesita até o último momento, grita, esperneia  e chora, mas quando finalmente dá uma volta em uma (mesmo que tenha morrido de medo em um monte de parte e, digamos de passagem, acidentes não são tão incomuns assim) além de perceber que todo aquele medo era bobagem, percebe que foi uma experiência muito divertida, e vai se culpar por ter passado tanto tempo sem ir num brinquedo tão fantástico, acho que me fiz claro ,a vida é perigosa? É, mas nada divertido vem sem um pouco de perigo.


Mas você não pensa assim, claro, é muito difícil raciocinar direito depois de levar uma queda feia, e assim você adquire medo de altura, faz de tudo para evitar a escada, e finalmente chega ao ponto de cavar um poço para si mesmo, cria paredes de terra ao seu redor, quanto mais fundo você chega, mais longe fica da queda e consequentemente da dor, certo?


Errado, existiu um motivo para você ter passado tanto tempo lutando contra o escorrego da escada da vida, se chegar cada vez mais no topo é uma coisa boa e cair no chão faz você sentir dor, imagina se você for ainda mais fundo? Não dá pra saber o quão ruim as coisas vão ficar. E nem estou falando de morte, se você acha que a morte é a pior coisa que você pode passar na sua vida, vou logo te dizendo que você não viveu o bastante.


A diferença entre a escada e o poço é que a escada da vida sofre poucas alterações, seguindo praticamente inalterada, você não sabe quem a construiu nem tampouco quem encheu ela de sebo ou quem diabos quebrou tantos degraus, você não pode fazer nada em relação a isso a não ser confiar na sua sorte e no seu bom senso. Já os poços são completamente diferentes justamente nesse começo, não tem quem culpar, quem pegou a pá pra cavar um buraco e se enfiar lá foi você amigo. E numa escada ou você cai e se quebra todo ou você cai e morre logo, mas se você se enfia num poço, tem que estar preparado para ser enterrado vivo, e morrer lentamente,  soterrado com toda a areia que você tirou do caminho, sufocado. Uma morte terrível e agonizante pra falar a verdade.


Você cria o poço para se proteger da vida, não está fazendo isso para te causar nenhum mal, muito pelo contrário, é como ficar viciado em um remédio para dor de cabeça e só depois descobrir que a sua dor de cabeça estava indicando um coágulo no cérebro, algumas pessoas demoram bem pouco para perceber a mancada,  outras demoram bastante, e outras, coitadas, nunca vão perceber em vida, morrendo quando chegarem tão fundo que o calor será insuportável.



 Tá, você percebeu que se enterrar não faz bem algum, e agora, como subir? Não precisa ser gênio para saber que  subir um poço é muito mais complicado do que subir uma escada,  porque ao invés de degraus você precisa enfiar sua mão na areia e escalar. Se você tiver cavado um buraco pequeno chega a ser bem fácil voltar à superfície, o problema é quando o buraco é grande, porque escalar longas distancias te coloca no risco de tropeçar, e se você pisar em falso pelo menos uma vez nas paredes de areia, corre um grande risco de ser soterrado.


O que fazer? Voltar a superfície dentro de bueiros tão profundos é uma tarefa quase impossível para uma pessoa só, por isso grite bem alto, grite por socorro, grite por ajuda, grite até a sua voz sumir, espere ela voltar e então grite de novo, uma hora (torça para ainda estar vivo) uma equipe de resgate aparece e joga uma corda para puxar você, se você chegar com vida até a superfície, pode ter certeza que a sua equipe de resgate é composta por conhecidos. E não adianta ficar na superfície, volte a subir.


Parando de falar no poço, qual a graça de subir uma escada se ela nunca vai ter fim, qual a graça de se aventurar sabendo que vai tropeçar, e que mesmo vai voltar a subir sem rumo, a vida não deveria ter um propósito superior? Algum objetivo transcendental?



Não acho isso, pra mim a vida plena  não é alcançada pelo quão alto você chega ou pelo quanto que você se afunda, pra mim uma vida plena é aquela que você sobe um bocado de degraus, tropeça (muitas vezes tropeça várias vezes no mesmo degrau), escorrega e cai feio. Na vida plena também pode se enterrar apenas pra ser resgatado e depois voltar a subir. Objetivos? Para que você precisa disso se o caminho é tão divertido? Quem nunca jogou GTA sem se preocupar em zerar, só fazendo o caos na cidade e fugindo da polícia? Não precisa ter um propósito se o caos que é tão legal.


Suba, tropece, escorregue, caia, se enterre e seja resgatado, mas acima de tudo viva cada momento. Porque na vida ou você acerta ou aprende com os erros, pra que? Eu não sei, apenas viva e pare se perguntar coisas tão difíceis.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

consipiração apaixonante



Já cansei de falar de amor,  e acho que as pessoas deveriam parar também,  é uma doença, sério, parei pra ouvir todas as minhas músicas favoritas até me tocar que 90% delas falam de amor descaradamente e o resto fala dele de uma forma um pouco mais rebuscada pra disfarçar.

Veja os filmes que fazem sucesso, mesmo os mais pesados sempre envolvem um romance, seja um romance que deu certo ou um que não deu, ou as novelas, ou os livros, até a sua religião, TUDO, absolutamente tudo explora essa temática a torto e a direito.

Vivemos uma conspiração do amor, tenho certeza que existe alguém querendo que todos nós falemos disso para desviar o nosso foco de algo realmente importante, falo isso porque não há nada de importante no amor, tudo se resume a hormônios que trabalham para que você faça sexo e permita que a raça humana continue existindo, não é magia, é sobrevivência, sem amor viveríamos batendo punheta em vez de se casar.
Mas  o que seria isso que é tão importante  e que a gente não pode saber? Eu não faço a menor ideia, cresci com essa lavagem cerebral do amor, quando tento refletir só vejo amor, amor e mais amor,  estamos cercados, precisamos pensar em uma forma de vencer o amor, mas é impossível pensar nisso se o amor já está na nossa cabeça, aceitamos sua ideologia automaticamente mesmo quando afirmamos que não nos apaixonamos por ninguém.

E política?, e economia?, e astrologia?, Astronomia?, Medicina?, Ginecologia?, Biblioteconomia?, Design? Semiótica?, Mecânica quântica?, Direito?, Química?, e o elo perdido? E o Wally? De onde viemos? Para onde vamos?  Tanta coisa  para ser estudada,  pesquisada e ensinada e as pessoas preocupadas em falar de amor, e até quem realmente se aprofunda nessas questões  fala que faz isso porque tem amor pelo que faz, foda.

Detesto dizer que a luta contra o amor é uma causa perdida, mas é,  sei que não é certo, mas sou iludido por essa ilusão apaixonante, somos todos escravos de alguma coisa que não sabemos, mas estamos felizes porque temos o amor, sei que estou inquieto agora, mas daqui a pouco volto a falar de amor como se nunca tivesse nem por um momento achado isso tão estranho, e ainda escuto as mesmas musicas, assisto os mesmos filmes e dedico a minha vida inteira para encontrar o que? Encontrar o amor, óbvio.

terça-feira, 5 de junho de 2012

pessoas que fazem parte da minha vida (1)


to percebendo uma tendência nos blogs de hoje em dia de dedicar um espaço à pessoas ditas especiais, algumas se resumem à "AI MINHA AMIGA LINDA E FOFA S2S2 AMIGAS PRA SEMPRE"e outros arriscam uns versos com os hábitos alimentares do amigo (a).
Eu sou sempre relutante com esse tipo de coisa viralizada, mas pensei: que mal tem falar pro mundo (ou pra uma parcela insignificante dele que ainda acessa essa página) sobre o quanto a gente gosta de uma pessoa?
Por isso eu vou começar essa "tradição" (tá entre aspas porque eu posto tão pouco aqui que eu nao posso nem garantir que vai ter um post depois desse, quanto mais uma continuação desse quadro)
e não penso em ninguém melhor pra começar a falar do que dela, da melhor das melhores.

Faz tanto tempo que nem adianta dizer a data (não faz tanto assim, mas gosto de ser dramático porque é isso aí), quando a vida era fácil e se resumia à passar de ano, coisa que eu não fazia muito bem por pura preguiça, o que levou a minha mãe a me jogar em um reforço, que merendeu mais amigos no orkut do que propriamente notas melhores no boletim, me rendeu uma namorada, e acima de tudo, me rendeu a melhor amiga de todas.

Uma das grandes responsáveis por eu não estudar no reforço, com uma habilidade de desenhar que me dava uma inveja filha da puta (ainda dá) e a dona de um sorriso fofo capaz de alegrar qualquer ambiente, era basicamente eu e você e alguns coadjuvantes fazendo a vida da madilene (é, eu lembro o nome) mais difícil, mas se a gente não queria estudar, quem iria nos obrigar? estávamos dando dinheiro de graça para a instituição, deveriam estar nos agradecendo né? fazia parte das minhas tardes ficar trocando conversinhas com você, onde a gente desenhava o rasengan e você desenhava o konoha senppu e a gente falava algumas coisas que eu não lembro muito bem mas me faziam rir pra caralho na época.

passavamos tempos sem se falar, mas nunca perdiamos realmente o contato, sabia que você sempre estaria a uma ligação de distancia, ou a um onibus de distancia, mas estava por perto, e sempre que eu precisava de ti eu te procurava, e o mesmo com você, você sabia exatamente o que dizer pra me melhorar nas piores depressões e eu me esforçava pra retribuir, com longas maratonas de just dance e meu malvado favorito+ kickass. que terminava com nós dois completamente suados e esgotados, mas incrivelmente felizes por dentro.

Lembra que eu lhe falei que você tem um sorriso capaz de fazer qualquer dia meu melhor?  o mesmo se aplica quando eu vejo/ escuto você chorar, mas de um jeito diferente. poucas vezes eu ouvi você chorar, e pelo que eu lembro só vi uma vez, mas ainda posso sentir o quanto eu ficava péssimo por, na maior parte das vezes não poder fazer nada, lembro da nossa despedida, que eu estava tentando não pensar de jeito nenhum no fato de que eu ia deixar meus amigos por aqui, mas lembro ainda daquele momento que você quase chorou quando a gente tava jogando futebol, e a verdade atingiu o meu rosto como num murro com soco inglês, onde eu estaria se qualquer coisa de ruim acontecesse com você? porque por mais que eu nao soubesse muito o que dizer eu sempre estava a disposição caso algo saísse do controle, quem ia cuidar da minha mila?

as horas passaram e eu tentava me divertir com o pessoal e cada vez mais esses pensamentos me incomodavam,  e se você precisasse de alguem que fosse te ver se alguma coisa acontecesse? e se você precisasse de uma tarde jogando wii pra esquecer qualquer problema? tudo isso convergiu para o final da minha despedida quando você me abraçou e nao quis mais soltar chorando, e eu lembro que eu tentei falar algumas coisas pra te acalmar e nao deixei cair uma lágrima sequer na frente de ninguém, sabia que você não ia se sentir melhor se eu fosse embora chorando, ainda íamos nos ver de novo, não era o fimm repetia isso na minha cabeça enquanto continha um abraço apertado pra nao soltar nunca mais, cheguei em casa e o que eu nao soltei na frente de todos veio à tona.

E eu sei que você pode se cuidar bem até demais, é uma menina mais do que crescida, é maior que eu inclusive, mas eu sou assim , banco o indiferente pra sociedade mas para algumas pessoas eu dou toda a preocupação do mundo, e,  julgando o posto que você ocupa de melhor de todas, imagine que a maior parte dessa paranóia é descarregada em você, queria estar presente em cada aniversário, em cada festa, em cada sorriso e em cada lágrima, sou assim, dsclp.

mas não importa o quanto a gente se fale ou a distância que nos separe, esse cargo que você ocupa é seu e só seu, melhores amizades nao são construidas com tempo de convivio, porque relações significativas são superiores ao tempo ou ao espaço, te sinto aqui perto e pode ter certeza que mesmo longe mato o vital se ele te magoar com um tiro de sniper do inferno, e o tempo que a gente passa sem se ver nao faz diminuir o carinho que eu tenho por ti, muito pelo contrário, só aumenta exponencialmente minha saudade, e em julho precisamos urgentemente de fotos novas :D

Para a única (e como existiriam duas?) insubstituível, fofa e talentosa melhor amiga para esse laércio:
camila dinky doo
aonde?
aqui, no meu blog -q

domingo, 3 de junho de 2012

Amor industrial


Aquele momento em que você não sabe se o que dura mais é a sua paixão ou um cigarro já usado, me sinto como um brinquedo quebrado, ou melhor,  quebrado não é bem  a palavra, sou como um computador com o processador já obsoleto,  que ainda funciona, mas existem outros melhores e mais sedutores no mercado, e você tem condições de “comprá-los”,  não precisa se contentar com essa lata velha se outras necessidades foram criadas e eu não posso supri-las.
O que tínhamos sempre foi meio virtual, e eu lidava bem com isso, não sabia que também era um sentimento industrial, que seguia a lógica do mercado até mesmo na obsolescência programada,  nosso amor foi em série, e o modelo do ano já é outro.
Não a culpo, e tento me preencher com uma frieza que não faz parte de mim, aquela frieza necessária capaz de encarar qualquer coisa como pouca coisa e tratar a si mesmo com descaso, nada é importante demais, não é? Mas não sou um sujeito frio, não consigo realmente suprir minhas emoções, o melhor que posso fazer é distribuí-las, onde tem tristeza preencho com rancor e onde tinha amor , rearranjo para a raiva.
Disse que não a culpo, mas isso não significa que eu te entenda, não entendo seus gestos,  não entendo em como você congelou o que construímos com um sopro das suas palavras frias, e depois colocou tudo abaixo como  se fossem castelos de cartas, mesmo que eu achasse que se tratavam de muros de concreto.
E depois ainda vem me dizer que foi o melhor para nós dois, vai ver você está mesmo certa, me conhece tão bem, melhor do que eu jamais vou chegar a te conhecer, agora estamos livres pelo menos, melhor seria dizer que você está livre, como sempre foi, enquanto eu ainda estou algemados à uma gaiola de lembranças.