quarta-feira, 19 de setembro de 2012

faíscas e fagulhas



Mais uma daquelas madrugadas acordado, apreciando o ócio contínuo da minha própria existência mesclado com um sentimento de mediocridade. É na madrugada, quando todos já estão dormindo, que paramos realmente para pensar na nossa vida, e eu não sei bem se isso é bom ou ruim.

Você sente como se não sentisse mais nada, um sentimento de frio, que se fez evidente porque, lá no fundo, tem uma fagulha teimosa, como as faíscas de um isqueiro sem gás que você fica tentando acender. Dá uma vontade, uma necessidade de atear fogo em tudo, sentir a sua alma entrar em chamas, sentir alguma coisa para variar,qualquer coisa.

Essas fagulhas são chatas, te incomodam porque evidenciam o quanto seu espírito anda oco, você procura um catalizador, tenta lembrar o que fazia com que você não se sentisse tão frio quanto um cadáver em decomposição. A pior morte é quando você morre e continua respirando, sem nada de novo, só lembranças dos tempos em vida ,com uma alma sedenta presa a um corpo gelado como a noite
.
não ignore as fagulhas, muitas vezes elas são tudo o que você tem. O que são as suas faíscas? amigos?  família? sonhos? amor?. Descubra logo e vá para sua fogueira quente e confortável. Não perca o seu tempo esquentando as mãos, deixe tudo queimar, mergulhe junto com a sua alma e se preencha do calor.

é queimando tudo que você encontra paz,  pois não se pode atribuir ao fogo uma propriedade destrutiva, ele é puro e possui o único propósito de consumir tudo que seja inflamável. Você sabe que a sua alma é inflamável porque ela já queimou antes, e esse sentimento não dá pra esquecer de jeito nenhum. Já evitei muito o fogo por  medo de me queimar, mas perdi todo o medo quando percebi que estava completamente congelado 

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