quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Nacionalismo, qual o valor de uma bandeira? #Laércio



Eu não sei se vim com defeito, mas não consigo engolir essa história de nacionalismo.
Não, não é aquela história de adolescente revoltado que fica chorando que gostaria de ter nascido em outro país porquê tem vergonha do próprio,  Minha dificuldade está  em entender esse sentimento de apego à um lugar que foi escolhido ao acaso para que eu nascesse, qualquer que seja este. Não sinto orgulho nem vergonha de ser brasileiro, na verdade não sinto absolutamente nada, não fiz nada pra ser brasileiro, porque me orgulharia?
Em menor nível dá até pra entender, você ama a cidade que você cresceu porque nela você vivenciou experiências e conheceu os amigos para uma vida inteira, além dos lugares próprios da sua rotina por um longo tempo, é natural sentir apego guiado pela própria nostalgia, mas o que me faz igual à pessoa do outro lado do país que eu nem sei o nome? João da Silva, cidadão do Macapá, nunca vai me conhecer, mas temos que dividir um sentimento de fazer parte da mesma pátria, como uma família, pra mim João é como aquele primo de quinto grau que vai morrer sem que eu nunca tenha nem me dado conta da sua existência.

Porque isso me incomoda? Porque esse  “sentimento” de unidade tem motivado as pessoas, desde tempos remotos, à saírem matando umas às outras, para defender a própria nação ou expandi-la. Pessoas MORRENDO para proteger um território que não lhe pertence de fato, você não pode construir uma casa em qualquer lugar , mas mata para que ninguém tome esse lugar da sua nação.

E quem ganha com este sentimento de unidade?

O Brasil é um país completamente miscigenado, com culturas diferentes por todo canto, e que muitas vezes se odeiam, porque esse tipo de gente se une com uma mesma denominação?

“Ah, mas o sentimento de unidade nos torna mais fortes”

A lógica de “unidade gera poder” está com a linha de raciocínio incompleta, seria mais correta se fosse  “unidade gera poder para quem está no poder”. Quem realmente ganha alguma coisa com as centenas de milhares de pessoas dispostas a morrer por uma bandeira são os almofadinhas engravatados que nem sequer saem de suas mansões super protegidas, são apenas eles que ficam mais poderosos à medida que o povo se une pra defender a nação.

Vale a pena morrer pela família, pelos amigos,  pelo o que é seu,  pelo o que você acredita, mas  vale mesmo a pena morrer por uma bandeira, um pedaço de terra que não é seu? O que a nação te dá de volta além de uma vazia sensação de preocupação com desconhecidos que jamais te estenderiam a mão?

(esse texto é uma opinião minha, sem muito estudo, apenas um desabafo, ela pode vir a mudar um dia, quem sabe)

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